Curió 
NOME - Curió ou Avinhado
NOME CIENTÍFICO - Oryzoborus angolensis ( O IBAMA adotou o nome científico SPOROPHILA ANGOLENSIS)
SIGNIFICADO DO NOME: Curió significa na linguagem indígena " Amigo do homem ".
ORDEM: Passeriformes
FAMÍLIA: Fringílidas ou (segundo o IBAMA) Emberezidae
NOME EM INGLÊS: Thick-billed (Lesser) Seed Finch
NOME EM ESPANHOL: Semillero Picogueso
ALIMENTAÇÃO NO HABITAT NATURAL: Alimenta-se basicamente de alguns insetos, várias sementes com exclusividade na semente do capim navalha.
COR:
marrom quando novo. Depois de completar 420 dias suas penas ficam
pretas com apenas uma pequena mancha branca na asa e sua barriga e peito
fica na cor vinho, a fêmea é marrom com um tom mais claro no peito
mesmo quando adulta.
LOCALIZAÇÃO:
Todo o Brasil e alguns lugares da América do Sul. Habita as regiões
litorâneas brasileiras e principalmente o litoral paulista.
TEMPO DE VIDA: 30 anos no cativeiro (se bem cuidado) e de 8 a 10 anos na vida selvagem.
TAMANHO: 14 cm
TAMANHO: 14 cm
ÉPOCA DE ACASALAMENTO: ocorre no mês de setembro até o fim de março
FÊMEA - INÍCIO DO PERÍODO FÉRTIL: 6 meses a 1 ano
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: 12 dias
Nº DE OVOS: de 1 a 3 ovos por ninhada.
MUDA (TROCA DE PENAS: acontece entre março e junho (dependendo da região e do pássaro).
O
nome Curió na língua tupi guarani significa "Amigo do Homem", pois este
pássaro gostava de viver perto da aldeia dos índios. Esta
característica de se aproximar do ser humano, a sua elegância, a enorme
capacidade de disputar pelo canto quem é o dominador do território, e a
enorme qualidade de seu canto, fez do curió um amigo muito estimado
entre os criadores e amantes de pássaros em geral. O canto de curiós é tão apreciado que, nos concursos, essas qualidades são muito importantes.
O
Curió aprende a cantar desde pequeno com o pai, porém, os "sperts"
aconselham que os filhotes ouçam o canto do pai, somente se este canto
for perfeito. As aves emitem sons que podem exprimir alegria, tristeza,
aviso de alerta, dentre outros. Há uma grande variedade de cantos, e
varia de região para região, havendo casos de pássaros que emitem até 40
assobios diferentes.
No
Brasil já foram encontrados mais de 128 cantos diferentes e, os mais
conhecidos são: Praia Grande , Paracambi, Uberaba, Vi te teu, Mateiro
(que é o natural do pássaro). Quanto a repetição pode ser curto (de 1 a
4) ou longo (mais de 5). O canto mais difundido por todo o Brasil é o
chamado Praia Grande. Esse canto é originário das praias paulistas e,
atualmente, está extinto na natureza, ou seja, os pássaros selvagens não
mais o emitem. Por isso, a preocupação dos criadores de todo Brasil é
que seja mantido, em cativeiro, esse tipo de canto.
No Sul, temos o canto Florianópolis ou Catarina.
O
curió além de excelente cantor é um imitador nato, por isso, não é
aconselhável criá-lo com outras espécies de pássaros, porque ele
aprenderá facilmente o canto delas, perdendo assim a pureza de suas
notas musicais características. O melhor tempo para o curió aprender a
cantar é quando novo , ainda com 3 meses. Colocando o pássaro para
escutar o canto de fita, CD ou de um mestre (pássaro do plantel que tem o
melhor canto), mas também pode aprender depois de velho se ele for
cabeça mole (nome dado pelos criadores, um curió que ao escutar um canto
diferente do seu , troca de canto). Você pode encontrar gravações
(CD) de canto de curió, especiais para o treinamento de filhotes e
aperfeiçoamento do canto de curiós adultos. Para conseguir informações
de como obter esses discos consulte as Associações de Criadores.
REPRODUÇÃO
Na
natureza o curió defende com muita garra seus domínios. Se alguma outra
ave se aproxima do ninho, ele a repelirá até com certa violência. Em
cativeiro não será difícil procriar a espécie, desde que seja
reconstituído o seu habitat natural. para isso, você deve criá-lo em
gaiolões ou viveiros. Nos viveiros devem ser plantadas pequenas árvores
como pinheirinho. Nos gaiolões, devido ao espaço menor, coloque alguns
ramos de bucho (tipo de vegetação) para a fêmea usá-los na construção do
ninho. Este ninho pode ser encontrado em qualquer loja especializada e
colocado na gaiola. O importante é colocar as gaiolas em local arejado,
que não seja escuro, não sofra correntes de ar e nem excesso de calor ou
frio e, se possível, receba os raios solares da manhã.
O
reprodutor deve gozar de total saúde, e a fêmea também deve estar com
boa saúde e deve estar pronta para a procriação. Não se deve cruzar
pássaros consangüíneos para não ocorrer degeneração. A fêmea deve ter de
1 a
4 anos de idade, que é seu período de postura, embora algumas continuam
com a postura mais tempo. Depois do nascimento do filhote é
aconselhável deixar por perto o macho para ensinar o filhote a cantar.
Para
que o acasalamento aconteça, coloquem o macho e a fêmea inicialmente em
gaiolas separadas, mas próximas uma da outra. Após cinco dias desse
"namoro" à distância, junte as duas gaiolas.Nesta
fase, principalmente pela manhã, coloca-se a palha e deixa-se o macho
"rachar" para a fêmea, sem contudo tirar a divisória entre as gaiolas.
Uma boa técnica é despertar a curiosidade de ambos, abrindo a divisória
lenta e gradualmente, sem retirá-la completamente e de uma só vez.
Seguro de que a fêmea pedirá "gala" e, após 10 a 25 minutos de observação, será feita a retirada literal da divisória, considerando que os dois passadores já estarão abertos.
Ocorrendo a "cobertura", deve-se repetir os mesmos procedimentos no dia seguinte.
É nesse tempo que a fêmea vai preparar o ninho. A fêmea normalmente põe dois a três ovos, que são chocados em torno de 12 dias. Quando os filhotes nascem, levarão cerca de 10 a 14 dias para saírem do ninho. É nesse período que os filhotes começam a exercitar as asas e as pernas, por isto, deve-se colocar o ninho em lugar baixo para evitar que os filhotes morram por uma eventual queda. Com 20 a 25 dia os filhotes começam a gorjear (cantar).
Seguro de que a fêmea pedirá "gala" e, após 10 a 25 minutos de observação, será feita a retirada literal da divisória, considerando que os dois passadores já estarão abertos.
Ocorrendo a "cobertura", deve-se repetir os mesmos procedimentos no dia seguinte.
É nesse tempo que a fêmea vai preparar o ninho. A fêmea normalmente põe dois a três ovos, que são chocados em torno de 12 dias. Quando os filhotes nascem, levarão cerca de 10 a 14 dias para saírem do ninho. É nesse período que os filhotes começam a exercitar as asas e as pernas, por isto, deve-se colocar o ninho em lugar baixo para evitar que os filhotes morram por uma eventual queda. Com 20 a 25 dia os filhotes começam a gorjear (cantar).
Quando
eles estiverem com 30 dias mais ou menos, já se alimentam sozinhos ,
devem ser retirados da companhia da mãe. Não deve ficar na gaiola do
pai -isso é muito importante porque o macho, inexplicavelmente, poderá
feri-los se ouvir cantos de outros pássaros. Por isso, coloque os
filhotinhos em gaiolões para voarem e se desenvolverem.
O
curió é conhecido pela higiene e limpeza do ninho. Isso é tão marcante
na espécie que alguns criadores não colocam mais a coleira de
identificação na perna dos filhotes enquanto estão no ninho, porque a
mãe curió vai retirá-las podendo até ferir os filhotes nessa tentativa.
Ela não aceita nenhum objeto estranho ou sujeira no ninho.
A
troca de pena e bico é feita no período de abril a junho (podendo
variar de um pássaro para outro e de regiões), neste período há uma
queda da resistência e o curió está sujeito a pegar febre e outras
doenças. Convém cobrir a gaiola para evitar o vento e, dar boa
alimentação e deixar a gaiola bem limpa. Neste período o curió
provavelmente deixará de cantar.
ALIMENTAÇÃO
O curió principalmente seus filhotes se alimentam de Tenébrio molitor que devem ser criados em casa. Quando a criação de tenébrios estiver pronta, separa-se algumas, e de coloca em um pratinho com leite em pó. Elas vão se alimentar com o leite e quando consumidas pelo filhotes, se tornarão um alimento duplamente rico em proteínas.
Outros
alimentos são os gafanhotos, cupins, pão molhado em água e milho verde,
além das misturas para pássaros, alpiste e painço, ovo (clara e gema)
cozido.
A
alimentação dos filhotes deve ser deixado por conta das mães. Não deve
colocar o alimento diretamente no ninho dos filhotes mas sim deixar que
os pais façam isso. Nesse momento é importante observar os cuidados que
eles dispensam aos curiózinhos. Deixar a disposição da mãe os alimentos
de matrizes e adicionar 8 Tenebrios molitores para cada filhote por dia.
Tomar
cuidado na compra frutas e verduras, tendo certeza de que não foi
passado inseticida na plantação e se estão estragadas. As verduras
(almeirão, chicória, espinafre, catalonia) e legumes (milho, abobrinha,
jiló) poderão ser dados ocasionalmente durante todas as fases da
criação. O grande cuidado a se tomar são com as verduras, pois deverão
ser bem lavadas e colocadas pôr 30 minuto em uma solução de água (98%) e
vinagre (2%). Evite alface e salsa.
O
uso de ração extrusada , por conter todos os ingredientes necessários à
boa alimentação, tem sido recomendada por especialistas.
VITAMINAS
As vitaminas são muito importante para os pássaros, mas ela precisa ser complementada com proteínas e sais minerais.
Vitamina
"A": Auxilia no crescimento e é indispensável para o organismo
defendendo escorbuto e protegendo a epiderme, é encontrada no pepino, na
gema de ovo e na cenoura Vitamina "B": (B1, B2, B6 e B12) ajuda no desenvolvimento dos filhotes e fortalece os nervos, é encontrada no pão, couve, cenouras e gema de ovo.
Vitamina "C": Dá boa condição ao sangue e é preventivo contra moléstia da pele, é encontrada no tomate, laranja e limão.
Vitamina "D": A falta desta vitamina causa raquitismo, é encontrada nos raios solares, na gema de ovo e no leite (apenas em tratamento).
Vitamina "E": Proporciona vigor mental e também estimula e fertiliza os pássaros, é encontrada no germe do trigo, amendoim, agrião e flocos de aveia.
Amido, açucares e gorduras: importante para os pássaros, proporciona energia e bom sono, é encontrada na farinha e na gema de ovo.
Proteínas: necessária para o crescimento e para manter bem os ossos, a pele e o sangue. Ajuda para evitar doenças, é encontrada no leite, ovos, pão, cereais, carne (Tenébrio Molitor)
Cálcio: Para formar os ossos, coagular o sangue, regular a pulsação, contrair e relaxar os músculos, é encontrado no almeirão, na casca de ovo e no osso de Siba.
Ferro: Para produzir sangue e outras células, é encontrado na carne (Tenébrio Molitor), no almeirão e agrião.
Iodo: Importante durante a adolescência e o período de postura, é encontrado no agrião e couve.
Fósforo: Ajuda as funções do cérebro e do sistema nervoso, é encontrado na carne (Tenébrio Molitor), ovos e trigo.
DOENÇAS
Como todas as aves o curió esta sujeito a doenças, conheça as mais comuns nessa ave:
Canibalismo: É o vício dos pássaros bicarem uns aos outros, comer pena, causando ferimentos, que às vezes leva até a morte.
Coccidiose: É uma doenças parasitárias causadas por protozoários da ordem Coccidia.
Diarréia: Uma doença comum nos pássaros em que o mesmo evacua freqüentemente (liquido abundante).
Gripe
Coriza ou Resfriado: Os pássaros são atacados nas vias respiratórias
perdendo o apetite, dormindo constantemente e parando de cantar.
Sarna: Esta doença é causada por um parasita que deixa as pernas dos pássaros mais grossas e infeccionadas.
Verminose: É causada pela má higiêne na gaiola, seus sintomas são: diarréia, fraqueza, tristeza.
A LEI E O IBAMA:
O
curió é um animal protegido por lei, seu comércio é restrito a Normas
do IBAMA . Esta ave vinha sendo aniquilada e estava desaparecendo da
natureza em conseqüência dos desmatamentos desenfreados, a poluição de
rios e lagoas, e a ação de agrotoxicos presentes nas plantações. Veja o
que diz o IBAMA sobre a criação de animais da fauna brasileira em
cativeiro para fins comerciais ou econômicos, previstos na Portaria
IBAMA Nº 118-N e 117-N, ambas de 15/10/97.
A
criação e manutenção de animais silvestres em cativeiro para fins
científicos, comerciais, educacionais e conservacionista é regulada
através instrumentos legais que visam a normatização das atividades em
consonância com as leis de proteção à fauna nativa. A criação com
finalidade comercial é normatizada pela Portaria nº 118-N de 15/10/97,
sendo a comercialização regida pela Portaria nº 117 de 15/10/97.
A
utilização da fauna silvestre exige um plano de manejo e criação
baseado em pesquisa e no real conhecimento de cada espécie em foco,
assegurando assim, o sucesso reprodutivo, de crescimento, econômico e
conservacionista.
A
importância da vida silvestre para o homem tem-se acelerado a medida
que a ciência adquire novas tecnologias em busca da melhoria da
qualidade de vida das sociedades humanas. No entanto, a visão
tradicional da valoração econômica aplicada aos recursos faunísticos
encontra, em nossos dias, problemas de ordem ideológica defendida,
principalmente, por aqueles que rejeitam a visão antropocêntrica de que a
humanidade é o centro de tudo que tem valor e que as outras criaturas
só têm valor enquanto nos servem. Nesse sentido, o manejo de fauna sob
uma visão mais moderna leva em consideração não só argumentos
econômicos, mas também, fatores relacionados à conservação da natureza.
Nas
últimas décadas, alguns criadores têm redefinido seu papel no mundo da
conservação, não mais preocupando-se em simplesmente colecionar animais,
mas também, de criar com fins conservacionistas. Ainda assim, alguns
pontos de discussão permanecem abertos, como problemas de ordem genética
e comportamental dos animais criados em cativeiro em relação ao
possível sucesso diante de uma tentativa de repovoamento em uma área
natural.
Seja
qual for o tipo de criação e seus objetivos, a normatização das
atividades, principalmente aquelas relativas à comercialização de
animais vivos, assume papel primordial por reprimir a ilegalidade, o que
traduz uma prioridade, se considerarmos que tal ilícito é fator de
destaque quanto ao status de ameaça de sobrevivência para muitas
espécies de nossa fauna.
Entre
as muitas espécies de interesse para a criação, destacam-se aves
canoras como bicudos e curiós, altamente apreciadas pela excelente
qualidade do canto, associados à sua elegância e conhecimentos já
adquiridos de manejo em cativeiro.
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